Título: Chocolate
Série: Chocolate (livro 1)
Autora: Joanne Harris
Tradução: Teresa Casal
Edição: 1999
Editor: Edições ASA
Género: Romance
Páginas: 259
Sinopse:
A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradoras:
Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e
querem agora estabelecer-se, pelo que Vianne pensa montar um negócio. Um
negócio aromático e guloso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma
chocolataria com o nome de "La Céleste Praline".
Para a aldeia, "La Céleste Praline" e a sua
encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis
Reynaud, um jovem padre de uma austeridade a raiar o fanatismo, que não oculta
o seu desagrado por um comércio demasiado sofisticado e "tentador", e
que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem Vianne só
pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet...
Chocolate é um repertório de sabores, descritos de uma
maneira tão viva que quase se sentem; é também uma galeria de personagens
ternos e cruéis, amáveis e odiosos, sempre intensos e credíveis. Mas é
sobretudo um romance tão ameno, tão rico e variado, que deixará nos seus
leitores uma impressão imorredoira.
Opinião:
Esta história é-nos contada através de duas perspetivas: a
de Vianne, mais dirigida ao leitor, falando do seu passado e dos acontecimentos
que vão ocorrendo; e a do padre Reynaud,
que descreve os seus feitos, sentimentos e pensamentos a um antigo padre, que
ele trata como "mon père", que está em coma. Estes dois pontos de vista estão
diferenciados graficamente pelo tipo de letra.
Vianne tenta estabelecer-se durante algum tempo no mesmo
sítio com a sua filha Anouk. Decide abrir uma chocolataria e, com isso, conquistar os moradores da aldeia. Mas tem um problema: chegou perto da altura
da quaresma e o pároco acredita veementemente que este período deve ser para
reflexão e contenção. Uma loja de chocolates a abrir precisamente nesta época é
considerada por ele como uma tentação para a população de
Lansquenet-sur-Tannes.
Conhecemos diversas personagens: o dono do café que age como
se fosse um dos donos da aldeia e a sua mulher que é controlada por ele; um
homem que anda sempre como o seu cão atrás; uma mulher mais velha que não gosta
nem da igreja nem do padre e a sua filha que está constantemente a tentar
colocá-la num lar; gente do rio, entre muitos outros.
É-nos dado a conhecer o passado de Vianne quando andava a
correr mundo com a sua mãe e, depois, com a sua filha. Achei uma personagem
bondosa, mas não consegui sentir nenhuma ligação com ela.
Por outro lado, a vida do padre Raynaud é completamente
dedicada à igreja, sendo completamente obcecado com isso, faz de tudo para que
as pessoas da aldeia não se desleixem da sua vida cristã, principalmente na
altura da quaresma. É uma pessoa bastante rígida, que não demonstra grande
compaixão nem afetos. Não gostei mesmo nada desta personagem, acho que não tem
atitudes dignas de um padre, nem sequer de um cristão, e quando melhor quer
fazer, pior faz. Depois daquilo que fez, não tem moral nenhuma para dizer aos
outros o que devem ou não fazer.
Este foi o segundo livro que li desta autora, já tinha lido
"A Marca das Runas" e não tinha gostado muito. Como este era de um
género diferente, pequeno e eu adoro chocolate, decidi experimentar. Também não
correu bem. Demorei cerca de um mês a ler tão poucas páginas: não me consegui
ligar às personagens, não achei a história muito interessante, enfim, foi uma
leitura bastante arrastada. Não sei se o li na altura errada, mas a verdade é que
foi uma desilusão. Não tenciono ler os próximos livros desta série, pelo menos
não para já.
Têm algum livro da Joanne Harris que me recomendem? Estou
disposta a dar mais uma oportunidade, tenho mesmo pena de não estar a gostar
dos seus livros.
Classificação: