sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A Doçura da Chuva - Opinião

Título: A Doçura da Chuva
Autor: Deborah Smith
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 560
Editor: 11 x 17
Livro de bolso







Sinopse:


Kara Whittenbrook tinha uma vida privilegiada. Filha de dois ambientalistas famosos, cresceu entre a selva amazónica e os melhores colégios da elite americana. Com a morte dos pais num acidente de aviação, torna-se herdeira, não só de uma enorme fortuna, mas também de um segredo que abalará por completo o seu mundo - o facto de ter sido adotada. 
Decidida a encontrar os seus pais biológicos, Kara parte para o Nordeste da Califórnia, onde conhecerá Ben Thocco, um rancheiro que vive rodeado de gente singular. Em pouco tempo, ela fará parte de um universo diferente, que lhe abrirá as portas de um amor inesperado e de amizades genuínas, e a ajudará a tomar as mais difíceis decisões...
Em A Doçura da Chuva, Deborah Smith dá-nos a conhecer uma galeria de personagens cativantes, que nos envolvem e nos levam a reconhecer nos pequenos gestos do quotidiano as fontes da alegria e da felicidade.



Opinião:



Pouco depois de os pais de Kara morrerem, ela descobre que é adotada. Quando descobre quem e onde estão os seus pais biológicos, decide ir para o Nordeste da Califórnia para os conhecer e tentar perceber porque não ficaram com ela, nunca relevando a sua verdadeira identidade. Lá, ela passa a fazer parte do quotidiano de Ben Thocco, do seu irmão e de todos os seus empregados.

Ben está a passar grandes dificuldades para manter o rancho e conseguir pagar aos seus empregados, mas o que lhe custa mais é ver o estado de saúde do seu irmão Joey a deteriorar-se com o passar do tempo e não poder fazer nada para o impedir. Quando Kara chega, é uma lufada de ar fresco: vai ajudar a resolver alguns problemas do rancho e vai animar todos os que lá trabalham. 

Tanto Joey como a maioria dos empregados de Ben são pessoas com deficiência física e/ou mental. Achei extraordinário o facto de Ben conseguir dar-lhes a oportunidade de trabalhar e de construirem as suas próprias vidas, e de conseguir manter o rancho basicamente só com a ajuda deles. A verdade é que muito poucas pessoas eram capazes de fazer o mesmo, podem pensar que é preferível ter empregados ditos "normais" e que não tenham nenhuma limitação a empregados que podem trazer algumas dificuldades. No entanto, no decorrer deste livro percebe-se que estas pessoas são uma mais-valia para o rancho e não prejudicam de todo o trabalho que tem de ser feito. 

Este tema da deficiência fez-me refletir muito sobre a forma como olhamos para as pessoas com necessidades especiais. Este livro mostra-nos a sua bondade e humanidade e, principalmente a maneira como simplificam as coisas. Ou, se calhar, elas são dificultadas pelas pessoas sem deficiência. Apesar de já haver na nossa sociedade muito a ideia de não se descriminar, penso que isso ainda não se conseguiu e é algo que tem de ser muito trabalhado. Pode já não haver tanta gente a ser mal-educada e a chamar nomes, mas a verdade é que muitos olham com pena. E isso é muitas vezes considerado tão mau como ser insultado. Também há um pouco a ideia de que as pessoas com deficiência não são tão capazes como as outras, tal é demonstrado pelo facto de poucas conseguirem um emprego que as consiga sustentar. Ben não empregou apenas uma nem duas pessoas deste grupo, empregou sete, conseguindo que todo o trabalho no rancho fosse feito de igual ou melhor maneira do que por outros empregados.

Chocou-me neste livro ver a maneira como estas pessoas tão inocentes podem ser manipuladas por pessoas sem escrúpulos, que não ligam nenhuma para o seu bem-estar e felicidade.

A explicação para o facto de Kara não ter ficado com os pais biológicos enervou-me muito, mesmo muito! Mas explicou muito do que foi acontecendo durante o desenrolar da história.

Adorei este livro! Com ele ri, chorei, refleti e desfrutei de uma excelente história e de uma escrita simples mas cativante. Recomendo sem dúvida esta leitura a todas as pessoas.


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